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Uma tradição bem Lisboeta, os casamentos de Santo António

Texto: Carlos Morgadinho

Fotos: Carlos Morgadinho e extraidas da Internet


Adiaspora.com

Tal como o povo diz...E JÁ CHEIRA A LISBOA E A NOIVAS DE SANTO ANTÓNIO. Trata-se desde há muitos anos duma tradição emblemática da cidade de Lisboa e o seu dia, 13 de Junho, dedicado ao seu Santo padroeiro,  foi estabelecido como feriado municipal. No entanto as festas em honra de Santo António iniciam-se na noite do dia 12 com as marchas populares com grande desfile na Avenida da Liberdade, onde mais de 300 mil pessoas enche completamente aquela principal via citadina, para assistir e aplaudir a competição entre os diferentes bairros. Mas a festa continua toda a noite até de madrugada nos arraiais espalhados pelos bairros antigos da capital. Nesta animação e alegria gastronómica os petiscos estão na vanguarda destacando-se as sardinhas assadas com broa, febras de porco, entremeadas, churrasco, chouriço assado, moelas (conhecidas também por pipis) e salada de polvo tudo "acompanhado" por vinho tinto, sangria  e musica onde as marchas populares são as mais ouvida e em muitos desses lugares até se dança.

Os Casamentos de Santo António, ou Noivos de Santo António, tiveram o seu inicio no ano de 1958 por uma iniciativa do então jornal Diário Popular com a finalidade de ajudar casais com dificuldades económicas nos seus casamentos já que este Santo ter a fama de ser casamenteiro. Teve, no entanto, um interregno no ano de 1974 mas, 30 anos depois, a Câmara de Lisboa reiniciou esta tradição que se mantém viva até ao presente.

No corrente ano de 2013 mais uma vez esta tradição teve lugar com 16 casais que se uniram pelo casamento tendo cinco sido pelo civil e os restantes na Sé de Lisboa.

Relevante a presença de oito casais que celebravam os 50 anos, chamados os Casais de Ouro, destes casamentos.

No que concerne à cerimónia civil nos Paços do Concelho, pelo meio dia teve a presença do presidente da autarquia, António Costa acompanhado por alguns vereadores daquela autarquia além dos casais que se uniram em 1963. Pelas 14 horas foi a vez de onze casais darem o nó na Sé de Lisboa numa cerimónia de gala cantada onde congregaram familiares e convidados bem como o já referido  presidente da Câmara de Lisboa, António Costa. Milhares de pessoas concentraram-se no Largo da Sé para aplaudir e formular votos de felicidades a os noivos.

Estes após a foto da praxe nas escadas daquele templo seguiram em direção da Igreja de Santo António, onde, segundo a lenda, nasceu este nosso Santo, a pouco mais de três centenas de metros da Sé onde depositaram um ramo de flores aos pés da sua estátua. Acompanhados  pela Banda Filarmónica da Carris os recém casados seguiram para a Rua da Prata onde se juntaram com os noivos da cerimónia civil e seguiram nuns pequenos carrinhos com motorista, tipo motoreta, conhecidos por "Tuk Tuk" (cremos ser este o nome), juntamente com os "Casais de Ouro" para a Estufa Fria onde seria servido o copo-de-água (banquete) com os noivos dançar a primeira valsa.

Para completar esta nossa reportagem aqui deixamos os nomes dos noivos e noivas de Santo António: Sérgio Nunes e Ana Amaral; Marco Fernandes e Filipa Martins; João Almeida e Raquel Silva; Carlos Alfredo e Angélica Freitas; Paulo Lima e Andreia Pereira; Luís Carvalho e Patrícia Cintra; António Silva e Bárbara Neves; Igor Dias e Lúcia Almeida; Vitor Calhé e Marta Moreira; David Leomaro e Maria Nunes; Luís Jesus e Tânia Faustino; Carlos Alfredo e Ana Alves; Afonso Farinha e Vanessa Mendes; André Tomás e Filipa Sousa; André Almeida e Cláudia Ferreira e por último Ruben Afonso e Vera Pacheco.

Após esta cerimónia de gastronomia os casais, por volta das 22 horas seguiram para a Avenida da Liberdade onde desfilaram durante a passagens das marchas populares sendo recebidos com fortes aplausos pela multidão que enchia aquela larga avenida.

Transcrevemos a carta do presidente da CML, António Costa, que dirigiu aos Noivos e Noivas do corrente ano: - "Os Casamentos de Santo António são uma das mais populares celebrações da capital, uma iniciativa que os lisboetas elegeram como um dos momentos altos das suas festas.Mais do que uma tradição, os Casamentos de Santo António expressam a vontade da cidade de se rejuvenescer, afirmando-se como uma manifestação de confiança no futuro de Lisboa.Este ano, terão como pano de fundo o rio Tejo - local de partidas e chegadas, ponte de união com o Mundo e porta para o futuro. E será também o Tejo que testemunhará a felicidade dos casais que se unirão no dia 12 de Junho, o mesmo em que se solta a alma festiva da cidade. Orgulhosa de Lisboa, uma cidade que acolhe e respeita as tradições e simultaneamente aberta à inovação, a Câmara Municipal, convida os Noivos e Noivas de Lisboa a celebrarem sob os auspícios do Santo casamenteiro, este passo de felicidade."

Manjericos, versos e quadras (por vezes brejeiras e humorísticas), bandeirolas, sardinhas e febras assadas, caldo verde, vinho tinto e arraiais populares são os principais ingredientes da cultura lisboeta de Santo António. Uma das principais tradições das Festas de Santo António em Lisboa são os Casamentos de Santo António. Deste modo deixamos duas quadras do concurso dos Amigos de Lisboa, extraídas da net, já nubladas pelas medidas de austeridade que tem nestes dois anos afetado as vidas dos nossos cidadãos que achamos um piadão pois nem o nosso santo casamenteiro e padroeiro está imune à política atual:

Santo António está pasmado:
 Milagre já paga imposto
 A Troika, está confirmado,
 Manda mais do que é suposto.

Santo António está pasmado:
Milagre já paga imposto.
O povo é que está tramado,
É desgosto e mais desgosto!

Soubemos que até há bem poucos anos a maioria dos manjericos presentes nas festas de Santo António, em Lisboa, vêm do Casal Ventoso, um bairro pobre e degradado da capital e que tem vindo a ser demolido para dar espaço a zona verde e não só pois têm-se construído, no seu lugar, prédios onde são recolocados os muitos residente afetados por esta transformação. Era ali cultivada (não sabemos se continua), numa das suas vertentes, a  "erva dos namorados" dando mão de obra a muita gente para que os manjericos cresçam rápido e possam ser vendidos no início do mês de Junho.

Os manjericos vêm-se, assim, aos milhares espalhados pelos tradicionais bairros da capital em canteiros e vasos às suas ruas, portas, varandas, janelas águas furtadas e até nos beirais dos telhados debruçados sobre as ruas e vielas numa temática cultural. 

Esta reportagem concretizou-se devido ao gentil patrocínio das seguintes firmas da nossa praça: Ganadaria Sol e Toiros Inc, Europa Catering & Europa Convention Centre, Joseph e Patrick Vieira Insurance, Macedo Wine Grapes Juice e Bento's Auto Tire Centre.  Aqui ficam os nossos agradecimentos ao Élio Leal, Manuel de Paulos, Joseph & Patrick Vieira, David Macedo e Bento de S. José, respetivamente, tornando assim possível, mais uma vez, termos a presença dum nosso enviado especial nas Festas de Lisboa de 2013. Para todos os nossos patrocinadores e amigos, um muito obrigado.

 

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